Eu escrevo para nada e para ninguém. Se alguém me ler será por conta própria e auto-risco...

Todo mundo que aprendeu a ler e escrever tem uma certa vontade de escrever. É legítimo: todo o ser tem algo a dizer. Mas é preciso mais do que vontade para escrever. Como milhares de pessoas dizem (e com razão): "Minha vida é um verdadeiro romance, se eu escrevesse contando ninguém acreditaria." O que devem fazer essas pessoas? Escrever sem nenhum compromisso. Às vezes uma só linha basta para salvar o próprio coração.







sexta-feira, 30 de julho de 2010

Quanto vale uma amizade?

       Tava pensando o quanto a gente não sabe nada e pensa que sabe. Pensamos que conhecemos o outro muito bem e sempre descobrimos algo novo. As pessoas são uma caixinha de surpresa. [Eu acho...] Há sempre o que descobrir! Porque na verdade, estamos sempre nos reinventando, o tempo todo...
      Às vezes ficamos com aquela sensação de que a pessoa não se mostrou de verdade pra gente, ficamos espantados com determinadas atitudes. Achamos que ela não seria capaz...e falamos: Eu a conhecia tão bem. Como pôde fazer isso comigo?
      Mas a verdade é: a gente não conhece uma pessoa por completo, conhecemos partes. As partes que ela quer mostrar. E acredito que essas partes não são estáticas, pois estamos mudando o tempo todo. Por isso as atitudes mudam, os sentimentos, os gostos... Não estou dizendo que não devemos confiar nas pessoas, só estou dizendo para não acreditar que tudo vai ser da mesma forma o tempo todo. Até porque o tempo é relativo, e as pessoas são mutáveis. Estou dizendo que vamos sempre nos surpreender com o outro, ás vezes de forma positiva e outras negativas mesmo. E que nós também vamos deixar o outro espantado com nossas atitudes.
       E pensando sobre o quanto não conheço das pessoas, eu percebo que ter uma amizade com alguém é “um tiro no escuro”, tanta coisa que não sabemos...
       A gente não faz idéia do quanto uma amiga nos considera, até que ela diga. Mas às vezes as pessoas dizem tanta coisa, e no fundo nem é isso tudo. Diferente de quando você vê nos pequenos gestos a consideração: numa ligação fora de hora (e justo naquele momento que você tava precisando), numa visita surpresa (naquele dia chato...e que fez toda a diferença), até mesmo quando ela diz que sente falta da sua amizade, mesmo estando a quilômetros de distância. E fico pensando: “Quanto uma pessoa pode fazer pra preservar uma amizade comigo?” Na verdade, sei que poucas pessoas fariam algo. Não porque eu ache que não mereça, mas porque assim é a vida. Poucos realmente se importam com a gente, os outros são só fachada. É tão bom quando a gente descobre quem realmente se importa com a gente!

Obs: Você me surpreende a cada dia maninha. Saiba que você é especial pra mim! [Beatrice]
  

terça-feira, 20 de julho de 2010

Amizade: Laços invisíveis

             O que é ser amiga?

       Acho que melhor do que começar dizendo as definições, é começar fazendo uma pergunta. Nos preocupamos muito em como deve ser uma amiga e o que a pessoa deve fazer para se tornar uma amiga, mas ninguém para pra pensar no que é de fato ser amiga de alguém. Criamos uma lista de características que a pessoa deve ter, é quase como encontrar a pessoa ideal, rs. A gente já sabe o jeito que bate com o nosso (ou achamos que sabemos), já temos em mente seus gostos, já sabemos até mesmo como ela deve agir. Mas na realidade parece que não se aplica, fica tudo no mundo da imaginação. Por isso é tão difícil ter uma amiga de verdade. A gente se apega mais a idealização dela, do que a ela mesma. Mas eu quero falar do que é ser amiga de verdade, que pra mim tem um significado muito mais amplo. Na verdade, nem sei se dá pra dar sentido.

            Amiga é alguém que está sempre por perto, mesmo não sendo uma presença física, ela se faz presente, não importa a hora e não importa o lugar.
            É aquela pessoa que você lembra sempre! Porque vocês já estão tão acostumadas uma com a outra, que tudo faz você lembrar: uma piada, um filme, uma música...
            Vocês conversam sobre tudo, se falam o tempo todo e mesmo assim não enjoam da companhia da outra.
            São tantas coisas em comum e ao mesmo tempo tantas diferenças que às vezes se perguntam: “Como somos tão juntas?” É que às vezes é bom ter algo pra discordar, o igual é tão entediante...
Vocês riem o tempo todo, de tudo, de nada, com motivo, sem motivo.
            Brigas até podem acontecer, com algumas amigas duram um tempinho e com outras pode durar apenas 2 minutinhos, é que é tão ruim ficar brigada com quem a gente gosta.
            Em alguns momentos da vida estaremos distantes, mas sempre que nos reencontrarmos ainda teremos aquele elo, e vai parecer que nunca estivemos afastadas.
            Daremos sempre um jeito de nos comunicarmos, seja telefone, carta, sms, até mesmo uma fumaça...no final a gente sempre se acha.


       Na verdade não tem um guia para encontrar uma amiga. Acredito que amizade acontece de várias formas (algumas talvez um pouco improváveis), quem se importa como você conhecerá uma das pessoas mais importantes pra você. O que importa é que você conheceu. E agora só precisa saber valorizar.
       Ter uma amiga é algo raro, cada dia tenho mais certeza disso. Poucas pessoas valem à pena, poucas pessoas permanecem em nossas vidas. Algumas só vão passar e um dia diremos: “Já fui amiga dela.” (Estranha essa frase! Mas no fundo, tão familiar. Quem nunca disse?) Mas amiga de verdade, é aquela que a gente diz: “Minha amiga. Ela está sempre comigo, mesmo quando não quero ninguém por perto, mesmo quando estou em silêncio. Ela só quer estar presente de alguma forma.” E cada uma sabe a forma que é possível...




sexta-feira, 16 de julho de 2010

Enquanto isso, dentro da caixa....

         Estava pensando como gostamos de guardar coisas. Essa mania que temos de deixar tudo numa caixinha e às vezes quando precisamos de algo já sabemos onde está. É tão prático! E quanta coisa a gente acha quando demoramos um bom tempo sem abri-lá... E aos poucos percebi que não faço isso só com objetos, faço também com sentimentos. Deixo-os bem guardadinhos. Que medo de deixá-los saírem, eu posso não saber o que fazer.
        É estranho dizer para o outro que precisamos dele, que sentimentos sua falta, que temos ciúme, que precisamos de um carinho em alguns momentos ou até mesmo que em algumas vezes nos irrita. Mas ainda prefiro me proteger e deixar tudo aqui comigo. Porém em alguns momentos não consigo controlar, me escapa... E pensei: È essa mania de classificar sentimentos em bons ou maus. Esquecemos que são sentimentos, e como diz o nome é para sentir. Sabe, o problema é que a gente quer interpretar tudo, são tantos “por quês” e “pra que”, que ficamos perdidos. Queremos entender demais os sentimentos, quando na verdade eles não nos permitem tanta racionalidade. E como perdemos os momentos tentando dar sentido a tudo.
        Acordei ouvindo Nando Reis e fiquei pensando quando ouvi essa frase: “Tornar o amor real é expulsá-lo de você, prá que ele possa ser de alguém!” E percebi que talvez eu seja um pouco egoísta, não deixo o outro saber o que se passa comigo e depois quero que ele me entenda. Como? Se eu não digo, o outro não sabe. Simples assim. Então na verdade por mais que leve o nome da pessoa, o sentimento é só meu, não divido com ela. Logo, não tenho direito de cobrar! Esperamos demais das pessoas, queremos muitas explicações e muitas vezes depende mais de nós mesmos. O quanto estamos nos deixando perceber? E quanto esforço fazemos para esconder o que sentimentos, e às vezes a gente só precisa abrir a caixa...


quarta-feira, 14 de julho de 2010

Síndrome de Peter Pan

     Crescer às vezes é preciso! Sempre ouço de alguém que está na hora de parar de ser criança e fazer “coisas de adulto”, de ter responsabilidade. Mas por quê? Nunca entendi bem essa preocupação das pessoas, essa vontade de dar rumo a minha vida. Acho que crescer é tão chato! Por mim eu ficava na Terra do Nunca...seria perfeito poder voar, acreditar em fadas, ter amigos que são sua família e sem alguém pra te dizer que você não pode fazer isso ou aquilo. Eu acho que é pra isso que existe o adulto, pra nos podar. Pra dizer o que não podemos e o que podemos fazer. Nos limitar, não vejo outra função. E agora querem que eu seja mais um...não quero! Me recuso!
     Às vezes fico horas discutindo com amigas para explicar porque sou tão criança, mas tenho sempre a sensação de que são horas perdidas. Ouço risadas, olhares de desaprovação, tem todo um jogo de gestos pra dizer que: "- Não, você não pode mais ser criança!" E eu insisto...sim eu posso e vou ser. Foi a melhor fase da minha vida e não quero me distanciar dela, tenho esse direito. E se isso não faz mal a ninguém, por que o incomodo?
     Ser criança é mais do que brincar pra mim, não é só ver desenho. É sorrir sempre por coisas bobas, é não ter maldade com as pessoas, é poder chorar quando se está triste sem parecer fraco, é gritar a mãe tarde da noite porque teve pesadelo ou simplesmente correr para a cama dela, sem ter vergonha disso. É dar valor a tanta coisa que quando a gente cresce a gente esquece...
     Por que os adultos se distanciam tanto dessa fase? Parece que nem lembram mais que um dia já foram assim. E eu repito, não quero crescer. Não quero esquecer da época mais feliz que já tive. Tudo bem que agora preciso ter responsabilidade, pagar contas, fazer compras, ter uma profissão. Mas acho que posso conciliar. Posso ter tudo isso e ao mesmo tempo ver tudo de forma simples como uma criança. Peter Pan se morasse em nosso mundo já seria adulto, mas ele não quis, optou por ficar na Terra do Nunca (que não tem esse nome atoa). E se me permitem, eu fico com ele! Faço a minha escolha, quando digo que quero voar.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

As pequenas coisas...

      Senti vontade de falar sobre as coisas simples, sei lá...dos detalhes das coisas, falar daquilo que deixamos passar despercebidos. Do sorriso de agradecimento de um amigo (daquele favor que você fez e que não achou que seria tão importante), daquele abraço inesperado (justamente naquele dia, que você estava tão estressado que sua única solução era descontar em alguém seu dia ruim), daquela conversa fora de hora e que te proporcionou boas risadas, daquele filme estranho que tava passando na TV e que por preguiça você continuou a assistir e no final você percebeu que aprendeu tanto...
      Detalhes, estou falando de detalhes...estou falando justamente daquilo que passou tão rápido e te fez tão bem, mas que você nem percebeu na hora...estava tão preocupada com seu objetivo...qual era mesmo? Ir pra faculdade? Ir pra casa? Dormir? Ir numa festa? Não importa! Você apenas deixou de perceber as pequenas coisas da vida, está se preocupando demais com as “grandes”, que a me ver, de grande não tem nada. [Só impedem nossa visão...]
     Tudo bem, todos nós fazemos a mesma coisa, faz parte da correria de nossas rotinas agitadas, e ainda temos a coragem de dizer que nos falta tempo para fazer tudo. Essa nossa mania de querer “abraçar o mundo”, de sermos mil para fazermos mil e uma atividades...e demoramos a perceber que não vai dar certo. Muita coisa...sabe, eu parei! Não quero fazer tudo, não mais. Quero fazer aquilo que dá, aquilo que gosto e arrumar um tempinho pra mim. É que nesse tempo que estamos correndo, esquecemos de nós. Quero cuidar um pouquinho de mim, para depois cuidar do outro e depois das coisas...quero ter tempo, não mais para tudo, tudo é muito pra mim e eu não dou conta. Quero apenas ter tempo para viver...é, eu tinha esquecido de viver e estava apenas sobrevivendo. Quero admirar um pôr-do-sol, quero ir a praia só para olhar o mar e ficar ouvindo o barulho das ondas...que paz isso me dá! Quero ir à casa de uma amiga para assistir TV só para estar em sua companhia, sem motivo sabe...quero estar mais atenta aos sorrisos, os abraços, e valorizar mais quando o momento acontecer de novo...acho que ainda tenho tempo.
          

domingo, 4 de julho de 2010

Estar, permanecer, ficar, continuar...

         Uma amiga me perguntou: Como vai a vida amorosa? [Eu ri.] E disse: Não tenho um namorado ainda. Ela achou engraçado o verbo ter nessa frase, e me sinalizou. Eu disse que fazia parte do signo, isso de ter posse das coisas. [rimos] Ela disse que não temos que ter alguém, isso é algo que acontece, é um estar com...
Nesse momento me veio em mente os verbos: estar, permanecer, ficar, continuar...[me dei conta, são verbos de ligação]. E comecei a pensar o que era entrar num relacionamento de fato, e é justamente isso...uma ligação que criamos com o outro. Não é uma questão de ter alguém do nosso lado, mas de estar com alguém, de fazê-lo ficar com a gente apesar de nossos defeitos, de permanecer ao lado dele quando tudo estiver dando errado, de continuar quando o que sentimos é mais forte que nossas diferenças. Posse, a gente tem com as coisas, objetos e as pessoas são livres...uma hora estaremos com uma e em outras não. Algumas ficam mais tempo, outras só uns minutinhos e uma em especial...vai ficar para sempre[embora o sempre seja relativo].

As conversas sempre me dão uma inspiração...[Lembra Lili?rs]