Eu escrevo para nada e para ninguém. Se alguém me ler será por conta própria e auto-risco...

Todo mundo que aprendeu a ler e escrever tem uma certa vontade de escrever. É legítimo: todo o ser tem algo a dizer. Mas é preciso mais do que vontade para escrever. Como milhares de pessoas dizem (e com razão): "Minha vida é um verdadeiro romance, se eu escrevesse contando ninguém acreditaria." O que devem fazer essas pessoas? Escrever sem nenhum compromisso. Às vezes uma só linha basta para salvar o próprio coração.







sábado, 10 de outubro de 2009

Retornando com Clarice

Mais uma tentativa, tanto lutei contra e aqui estou mais uma vez fazendo um blog. Acho que percebi que não faz mal termos um espaço para expressar nossas opniões, discutir sobre algum tema interessante ou simplesmente deixar um pouco de nós. Apenas um cantinho nesse imenso mundo que é a internet, com suas milhares de ferramentas para nos distanciar da realidade ou simplemente um meio para que possamos ter nossos 5 minutinhos de fama né!rs Enfim, não estou aqui para criticar a forma que cada um usa esse espaço, até porque também faço parte dessa população pois estou aqui postando, então já que me rendi a esse universo mais uma vez, quero começar falando de uma escritora que gosto demais: Clarice Lispector.
Penso que todos deveriam ler seus livros, porém no exato momento que penso isso, também penso que nem todos compreenderiam. Porque ela não escreve um texto que faz sentido de imediato, ela escreve de um jeito que faz o leitor pensar no que está lendo, é preciso que tenha um encontro do leitor com ele mesmo enquanto lê tais palavras. È uma linguagem difícil, que fala de temas do cotidiano, de coisas que passam despercebidas ao longo de nossas vidas. E melhor do que tentar explicar Clarice é você mesmo ler e tirar suas conclusões e por isso deixarei um trecho de um desses livros:

"Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo."
Ah se todos pudessem entender Clarice...