Eu escrevo para nada e para ninguém. Se alguém me ler será por conta própria e auto-risco...

Todo mundo que aprendeu a ler e escrever tem uma certa vontade de escrever. É legítimo: todo o ser tem algo a dizer. Mas é preciso mais do que vontade para escrever. Como milhares de pessoas dizem (e com razão): "Minha vida é um verdadeiro romance, se eu escrevesse contando ninguém acreditaria." O que devem fazer essas pessoas? Escrever sem nenhum compromisso. Às vezes uma só linha basta para salvar o próprio coração.







sexta-feira, 27 de maio de 2011

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Tem uma piada italiana...

De um cara pobre que vai à igreja todo dia...
rezar diante da estátua de um grande Santo.
“Caro Santo, por favor, por favor
me permita ganhar na loteria.”
Por fim, irritada, a estátua ganha vida...
olha pra ele e diz:
"Meu filho, por favor, por favor
compre um bilhete.”
[Filme: Comer, rezar e amar]

Finalmente entendi esse trecho do filme, acho que antes minha atenção não estava focada nele, e nas duas vezes que vi, passou despercebido, precisei de uma terceira. E é nessa hora que vejo a psicologia se fazendo presente, como diria na Gestalt: essa parte do filme não tinha virado figura pra mim, estava apenas como um fundo. E o que eu percebi agora é que a gente pede tanto e nem ao menos nos esforçamos para que nossos pedidos sejam atendidos. Parece fácil se ajoelhar e pedir um milagre dos céus. Mas, e quanto a nossa contribuição nisso? Será que nada vai depender da gente? Será que é tudo força de Deus ou do acaso se assim você preferir. Acho que há sim uma contribuição de Deus naquilo que pedimos, mas boa parte depende de nós mesmos. Não adianta sentar e esperar...é preciso mais! E é por isso que estou comprando meu bilhete...

Mess...

Sabe, tenho a sensação que a psicologia está pedindo um acerto de contas. É como se eu tivesse tido minha cota de usufruir de seus ensinamentos e agora ela tivesse me cobrando. O que você fez com tudo que você aprendeu comigo? E no meu último ano, quando tudo está uma bagunça...faculdade (com decisões para tomar sobre que rumo seguir, a monografia em andamento), a casa (coisas para se colocar no lugar...parece que tudo está se perdendo, inclusive o conceito de família). E ainda tem a psicologia me cobrando um aprendizado, mas não um aprendizado enquanto forma de trabalho, mas enquanto forma de viver. E sabe de uma coisa, eu acho que não estou aplicando ela no meu dia-a-dia. Percebi que nem ao menos me percebo, que não sei o que é figura (aquilo que nos chama a atenção) pra mim, nesses tempos de corre-corre, em que tudo passou a ser fundo. Mas que bom que tive esse momento de perceber que algo precisava ser percebido, que eu poderia me dá uma chance, e tentar me redimir, para uma coisa que não vai ser só a minha profissão, mas meu estilo de vida. Porque eu desejo mais da psicologia, quero mais...não quero fazer dela um livro que me da bases para um bom trabalho com as pessoas. Quero fazer dela uma forma de viver que me faça perceber o quanto se relacionar com as pessoas é uma experiência extraordinária, onde nada temos como base a não ser a própria relação com cada uma delas, que é única. E quero antes de mais nada, me perceber, saber o que eu quero, o que eu sinto, e mesmo se em algum momento eu não souber, que isso não seja um motivo de pânico, mas de aprendizado, pois isso significa que... eu nunca vou parar de mudar.