Eu escrevo para nada e para ninguém. Se alguém me ler será por conta própria e auto-risco...

Todo mundo que aprendeu a ler e escrever tem uma certa vontade de escrever. É legítimo: todo o ser tem algo a dizer. Mas é preciso mais do que vontade para escrever. Como milhares de pessoas dizem (e com razão): "Minha vida é um verdadeiro romance, se eu escrevesse contando ninguém acreditaria." O que devem fazer essas pessoas? Escrever sem nenhum compromisso. Às vezes uma só linha basta para salvar o próprio coração.







sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

"Eu me senti infinito..."

       Sem dúvida um dos melhores livros que já li! Eu ainda não sei definir muito bem o que senti quando terminei de ler o livro, foi uma sensação diferente. Como se eu tivesse muito o que viver, como se eu tivesse o mundo inteiro pela frente e não tivesse experimentado quase nada. Me senti completamente perdida, assim como a Sam quando revelou para o Charlie que deixou de fazer coisas para agradar alguém e que depois não conseguiu ser quem ela era de verdade, mas que precisava resgatar isso dentro dela. E quando ela disse para ele: Você tem que fazer coisas e não ficar sentado, colocando a vida de todos à frente da sua. Neste momento eu senti como se ela tivesse me dizendo para sair do meu lugar e começar a ver a vida de outra forma, porque eu faço a mesma coisa que o Charlie e isso não tem me levado a lugar algum, porque as pessoas não tem a mesma consideração. Esse livro é muito diferente de tudo que já li, porque ele fala de muitas coisas ao mesmo tempo, mas de um jeito tão simples, tão natural, que a gente nem percebe o quanto estamos envolvidos com os personagens, até a hora que eles começam a se despedir com o baile de formatura, os últimos encontros. E então percebemos que cada situação que eles viveram mudou alguma coisa dentro de nós. É como se a gente tivesse "participado" de tudo de uma forma bem real e fica impossível conter as lágrimas nas últimas páginas. Eu diria que o livro é mágico! Porque eu nunca conheci personagens tão puros e ao mesmo tempo reais e que ensinassem tanto. A amizade é abordada de uma forma inocente, sincera, bonita, mesmo com todas as confusões de sentimentos que a adolescência trás. E o Charlie...é a pessoa mais incrível do mundo! Mesmo passando por tanta coisa ruim, mesmo sendo tratado como alguém invisível por muitas pessoas à sua volta, ele ainda desejava coisas boas para todos. Mas o que mais me marcou foi uma das frases do começo, que o professor Bill disse: "A gente aceita o amor que acha que merece." Porque essa frase define o livro todo e define a nossa vida também. Quantas escolhas erradas nós fazemos porque continuamos vivendo com pessoas que nos fazem mal? Quantas vezes entramos em relações completamente doentias porque acreditamos que a outra pessoa nos ama de um jeito torto? A explicação é bem essa mesmo. A gente acha que merece esse amor, e acaba aceitando esse tipo de relação. Até o último momento eu fiquei pensando pra quem Charlie escrevia aquelas cartas, mas quando chegou no final, eu tive a estranha sensação que ele escrevia pra mim, que aquele conselho era pra mim. Foi quando eu me peguei pensando que queria sentir essa sensação de infinito que ele tanto falava. E quando ele disse que tudo ia acabar bem, mesmo que demorasse um pouco, no final ia acabar bem...eu tive esperança e sorri.