Eu escrevo para nada e para ninguém. Se alguém me ler será por conta própria e auto-risco...

Todo mundo que aprendeu a ler e escrever tem uma certa vontade de escrever. É legítimo: todo o ser tem algo a dizer. Mas é preciso mais do que vontade para escrever. Como milhares de pessoas dizem (e com razão): "Minha vida é um verdadeiro romance, se eu escrevesse contando ninguém acreditaria." O que devem fazer essas pessoas? Escrever sem nenhum compromisso. Às vezes uma só linha basta para salvar o próprio coração.







quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Uma pequena reflexão

“Estou desorganizada porque perdi o que não precisava? Nesta minha nova covardia – a covardia é o que de mais novo já me aconteceu, é a minha maior aventura, essa minha covardia é um campo tão amplo que só a grande coragem me leva a aceitá-la –, na minha nova covardia, que é como acordar de manhã na casa de um estrangeiro, não sei se terei coragem de simplesmente ir. É difícil perder-se. É tão difícil que provavelmente arrumarei depressa um modo de me achar, mesmo que achar-me mesmo seja de novo a mentira que vivo.”

Imagem: A que vier na sua cabeça...a confusão é sua...

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

500 Dias com Ela



A primeira impressão é: mais um típico filme de romance. Onde você acredita que já sabe o final, pois a idéia das comédias românticas é justamente essa, fazer com que o final agrade a todos, porque o público espera realizar suas frustrações amorosas através de personagens de filmes. Porém logo no começo do filme algo me chama a atenção, parece que o romance já acabou, o rapaz está triste porque não tem mais o amor da menina, e conforme o filme vai se desenrolando, percebemos que não é um filme comum e o romance nunca existiu, a não ser na imaginação do próprio rapaz. E as cenas vão aparecendo de trás pra frente, há uma mistura de passado e presente conforme o personagem vai se lembrando do que aconteceu. Uma narrativa brilhante, onde podemos refletir o que é o amor? Não essa invenção que fazemos dele. Porque tenho que admitir, o diretor foi muito inteligente e soube abordar o tema muito bem. È incrível como às vezes entramos em relacionamentos e não percebemos o quanto o outro está realmente envolvido nisso. Parece que fechamos os nossos olhos a realidade. Se a pessoa diz que só quer curtir, acreditamos que isso vai mudar com o tempo e insistimos em algo que desde do começo já foi estabelecido como: “Esse relacionamento não tem futuro.” [Não vai dar certo.] Mas ignoramos essa informação e insistimos. Esse filme mostra muito bem esse ponto de vista, a realidade do amor, e não a invenção dele, não mostra o amor que a gente queria ver nas telas, aquele amor correspondido, mas o que a gente idealiza. Duas cenas me marcaram: A cena em que mostra a tela dividida e o rapaz indo para uma festa encontrar com a menina que gostava: uma parte mostrava o que estava acontecendo de fato e a outra mostrava a expectativa dele, o que ele queria que acontecesse. E podemos perceber que a gente imagina mais as coisas do que vivemos. E outra cena foi a do final, onde mostra eles conversando num banco numa praça e ele a questiona, porque não deu certo com ele, e justo ela que não queria se envolver demais, agora estava casada. Sabe, fiquei pensando nisso, e demora mesmo pra ficha cair, mas a verdade é: Temos que começar a ver a pessoa como ela realmente é, e parar pra ouvir o que ela está falando de verdade, e não tentar interpretar, tentar modificar sua fala ou acreditar numa mudança quando a pessoa já nos disse que vai ser de determinada maneira, temos que parar de nos iludir e ver o amor onde ele realmente está.