Eu escrevo para nada e para ninguém. Se alguém me ler será por conta própria e auto-risco...

Todo mundo que aprendeu a ler e escrever tem uma certa vontade de escrever. É legítimo: todo o ser tem algo a dizer. Mas é preciso mais do que vontade para escrever. Como milhares de pessoas dizem (e com razão): "Minha vida é um verdadeiro romance, se eu escrevesse contando ninguém acreditaria." O que devem fazer essas pessoas? Escrever sem nenhum compromisso. Às vezes uma só linha basta para salvar o próprio coração.







terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Por que é que tem que ser assim?

       O que a gente procura é a nossa metade? Não entendo porque passamos a vida inteira procurando partes de outra pessoa para poder nos completar. É estranho como a gente nunca consegue ver a pessoa inteira. Só conseguimos enxergar o que a gente quer. Pegamos as qualidades dele e colocamos num nível elevado, adicionamos a aparência para: "a idealização perfeita" (é, ele é o que eu sempre sonhei), e a partir daí inventamos um alguém. O que ele fizer depois disso é fruto de nossa imaginação, porque fica tudo distorcido (sei que tem algumas exceções). Mas já parou pra pensar que quando você realmente conhece o outro, ele é diferente. Você descobre um defeito (é...perfeição não existe). Descobre manias...que te irritam demais. Gostos nada parecidos, e... outro defeito? Nossa! Quem é esse que está na minha frente? rs
       A gente se apaixona pela própria idealização que fazemos das pessoas...Acho que a gente tinha que primeiro conhecer de verdade, para depois nos apaixonarmos. E quem sabe começar a gostar primeiro dos defeitos? Mas esse é o problema, a gente procura partes de uma pessoa...mas na hora, a gente lida com a pessoa inteira, com o todo.
       Acho bonito essa coisa de dizer que o outro nos completa, mas hoje penso diferente. Não acredito mais em duas metades que formam uma só pessoa. Isso não faz mais sentido pra mim....O que acredito agora é em duas pessoas inteiras que juntas se completam (ainda gosto de usar essa palavra). Com todos seus defeitos e qualidades...vícios e manias. Duas pessoas que se entendem, mas que se desentendem também, porque isso faz parte da vida. A perfeição eu deixo para os contos de fada...embora eu ache que nem eles são tão perfeitos assim, se a gente parar pra analisar com atenção.
       Estava viajando ouvindo a música do Claudinho e Buchecha que a Adriana Calcanhoto regravou: Fico assim sem você, quando me deu uma vontade de falar sobre essa necessidade que temos de que o outro nos complete. Eu acho até que de alguma forma essa é a sensação que temos quando estamos gostando. Só que com o tempo a forma de se completar muda, a gente vê que a pessoa é muito mais do que a parte que a gente quer. Mas a idéia da música é ótima e é lindo imaginar que alguém vai ser capaz de se encaixar com a gente, é mais lindo ainda quando a gente não tem nada a vê um com o outro e ainda sim queremos estar juntos.

Avião sem asa, fogueira sem brasa
Sou eu assim sem você
Futebol sem bola,
Piu-Piu sem Frajola
Sou eu assim sem você

Por que é que tem que ser assim
Se o meu desejo não tem fim
Eu te quero a todo instante
Nem mil alto-falantes
vão poder falar por mim ♫♫

2 comentários:

  1. Gostei muito do post. Acho que se você esperar que nada na outra pessoa te irrite, que tudo seja como você quer... Ela não vai ser uma pessoa kkk! Não é aceitar tudo, é aceitar que o outro (seja lá quem for) vai ter defeitos... Como você tem, como todos nós temos. É isso que nos faz humanos e talvez seja o que nos faz únicos.
    Enfim, parabéns pelo texto e pelo blog como um todo! Adoro tuas análises =)

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  2. É ISSO AI, GATAAAAAAA! Essa é a vibe.

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