Eu escrevo para nada e para ninguém. Se alguém me ler será por conta própria e auto-risco...

Todo mundo que aprendeu a ler e escrever tem uma certa vontade de escrever. É legítimo: todo o ser tem algo a dizer. Mas é preciso mais do que vontade para escrever. Como milhares de pessoas dizem (e com razão): "Minha vida é um verdadeiro romance, se eu escrevesse contando ninguém acreditaria." O que devem fazer essas pessoas? Escrever sem nenhum compromisso. Às vezes uma só linha basta para salvar o próprio coração.







domingo, 24 de outubro de 2010

Sonho de uma flauta

       O que você quer ser quando crescer?        
      Qual a criança que nunca ouviu essa frase? Escutei ela hoje e me dei conta que não lembro mais o que eu queria ser quando criança. Foram tantas transformações, que deixei meus sonhos lá atrás...adormecidos.  Mas como pode? Não me conformei e comecei a pensar, qual era mesmo o plano? Ah...eu queria ser professora. Ainda me lembro que eu brincava de dar aula para as minhas bonecas, rs. Sempre gostei de um quadro, de ensinar e ao mesmo tempo, sempre fui tão tímida.
       Mas na adolescência a paixão foi outra...de repente veio a psicologia, assim de um jeito todo especial, e sabe que agora escrevendo, até me veio uma ligação. Esse desejo de ajudar ao próximo, só que agora ouvindo, estando presente para aquela pessoa, que talvez só tenha aquele espaço para falar de si.
       E sabe de uma coisa? Percebi que os sonhos não param...
       A psicologia eu consegui, fui atrás e posso dizer que é mágico quando o que desejamos se torna realidade. Mas não sei por que ainda me falta algo.
       Acredito que agora estudar cinema possa me completar. Mas quem sabe?
       Os sonhos estão sempre em movimento...e a mágica de tudo está em não deixar de acreditar neles. E quanto às crianças, nunca diga a elas que é impossível de realizar seus sonhos. Por mais que pareçam distantes, elas podem alcançar. E se a gente derrubar esse castelo de areia, pode ser que nunca mais eles se formem do mesmo jeito. Já tentou reconstruí-los?



2 comentários:

  1. Que vai ser quando crescer?
    Vivem perguntando em redor. Que é ser?
    É ter um corpo, um jeito, um nome?
    Tenho os três. E sou?
    Tenho de mudar quando crescer? Usar outro nome, corpo e jeito?
    Ou a gente só principia a ser quando cresce?
    É terrível, ser? Dói? É bom? É triste?
    Ser; pronunciado tão depressa, e cabe tantas coisas?
    Repito: Ser, Ser, Ser. Er. R.
    Que vou ser quando crescer?
    Sou obrigado a? Posso escolher?
    Não dá para entender. Não vou ser.
    Vou crescer assim mesmo.
    Sem ser Esquecer

    (Drummond)

    ResponderExcluir
  2. Adorei o texto Lili! Verdade, dá a impressão que mudamos nosso nome, que basicamente passamos a ser outra pessoa, no exato momento em que escolhemos uma profissão. Não seremos mais conhecidas por Fulana e sim por médica, psicóloga (ou doutora como alguns chamam,rs). Mas acho que o ser é muito mais amplo e não precisamos de uma definição. Estamos sempre mudando, isso é fato! Mas não precisamos de mais uma pressão para termos um rótulo. A profissão deve fazer parte de nossas escolhas, fazer parte da gente como um todo.

    ResponderExcluir